quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Para entender a ordem mundial atual, é necessário recordar a velha ordem mundial de 1945 a 1989, marcada pela Guerra Fria entre o socialismo soviético e o capitalismo norte-americano (mundo bipolar). Naquela época, a divisão do mundo era a seguinte: primeiro Mundo ou os países capitalistas desenvolvidos, segundo Mundo ou os países socialistas e terceiro Mundo ou os países capitalistas subdesenvolvidos. Mas, com a crise do socialismo e, conseqüentemente, o fim da Guerra Fria, iniciou-se uma nova ordem mundial.

Mas o que é Ordem Mundial
Ordem mundial é um sistema hierarquizado de estados que possibilita um equilíbrio, provisório, nas relações econômicas, políticas, militares, ecológicas, geográficas mundiais.

Entendendo a geopolítica
Em qualquer período histórico podemos assinalar a vigência de uma ordem mundial (ou ordem hegemônica), que caracteriza a relação de equilíbrio de poder entre os “países potências” e suas respectivas áreas de influência. A Geopolítica – que já foi considerada a consciência geográfica do Estado, atualmente é considerada uma área de estudos interdisciplinar, não é uma simples contração de geografia política, como pensam alguns, mas sim algo que diz respeito às disputas de poder no espaço mundial e que, como a noção de PODER já o diz (poder implica em dominação, via Estado ou não, em relações de assimetria enfim, que podem ser culturais, sexuais, econômicas, repressivas e/ou militares, etc.), não é exclusivo da Geografia.

Antiga Ordem Mundial
Embora tivessem sido aliados na guerra contra a Alemanha nazista, pouco tempo após o término dos combates os antagonismos e as divergências entre os EUA e a URSS começaram a aflorar, inicialmente na Europa, estendendo-se posteriormente pelo resto do mundo.

A Guerra Fria
A ordem da Guerra Fria foi marcada pela erupção de graves crises políticas, por inflamados debates diplomáticos e pela eclosão de inúmeros conflitos localizados. É neste painel que se encaixam o Bloqueio de Berlim pelos soviéticos, em 1948, a vitória da revolução socialista na China, em 1949 e a Guerra da Coréia (1950-1953), entre tantos outros.
Na Europa, as forças militares soviéticas que ocupavam os países do leste impunham e sustentavam regimes comunistas, vedando qualquer possibilidade de contato com o exterior (daí Churchill ter dito que uma “cortina de ferro” caíra no Leste Europeu); por outro lado, tropas americanas estavam estacionadas em quase todos os países da Europa Ocidental.
A Guerra Fria caracterizou-se por um constante estado de tensão, que estimulou a corrida armamentista, com a ampliação dos gastos militares. Esse estado de tensão foi ironicamente denominado de coexistência pacífica – uma coexistência baseada no equilíbrio do terror, já que tanto os EUA e a URSS possuíam armas nucleares suficientes para se destruírem (e ao resto do mundo) várias vezes.
Outra característica do período foi a polarização ideológica extremada, com perseguições políticas, repressão e morte aos opositores internos de lado a lado. O macartismo, nos EUA, e o stalinismo, no bloco socialista, foram as facetas mais visíveis dessa polarização, que, como não poderia deixar de ser, acabou estendendo-se aos países que orbitavam nas esferas de influência das superpotências.
Em termos geopolíticos, podemos afirmar que a Guerra Fria foi um confronto (sem enfrentamento direto, daí ser “fria”) entre duas superpotências – EUA e URSS – pela hegemonia mundial.
Os EUA tomaram a dianteira nesse confronto, aplicando a chamada Doutrina Truman, que consistia em “cercar” a URSS, barrando sua expansão territorial e ideológica, quer por meio de pactos, tratados e alianças com outros países (Otan, Plano Marshall, etc.), quer, ainda, por meio de intervenções militares (como na Guerra da Coréia) e apoio material às forças armadas dos países que repudiavam o comunismo. A Doutrina Truman preconizava a política de contenção (evitar que o sistema socialista fosse disseminado entre outros países) como forma de prevenir os efeitos previstos pela Teoria do Dominó (segundo a qual bastaria que um único país em determinada região do globo adotasse o comunismo e se alinhasse à URSS, para que todos os países vizinhos o seguissem).
A ofensiva dos EUA não se restringiu aos aspectos militares. No plano econômico, o Plano Marshall, instituído em 1947, estabeleceu uma assistência ampla e eficiente destinada à reconstrução da Europa Ocidental, de modo a melhorar o padrão de vida nos países empobrecidos pela guerra e mantê-los fora da esfera de influência soviética. Esse plano possibilitou aos governos dos países que dele se beneficiaram que estabelecessem o Welfare State – Estado do Bem-Estar Social –, bastante ativo na regulamentação geral da economia (portanto, intervencionista).
Deste modo, os EUA conseguiram, devido ao plano, não só manter seus níveis internos de produção e emprego, como também abastecer, reequipar e financiar a recuperação dos países capitalistas europeus e do Japão, ampliando o domínio sobre eles e neutralizando a URSS, que por seu turno, numa tentativa de contrabalançar a penetração dos EUA no continente europeu, instituiu o Comecon – órgão de auxílio econômico aos países sob sua esfera de dominação.
Da mesma forma, quando, posteriormente, foi criada a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), uma aliança militar liderada pelos EUA e congregada pelos países da Europa Ocidental (com exceções), os soviéticos, tendo em vista a manutenção do equilíbrio de poder, patrocinaram o surgimento do Pacto de Varsóvia, com as mesmas características.
No entanto, a corrida armamentista levou ao esgotamento de recursos, ao aumento do déficit público e dos problemas sociais e econômicos de lado a lado. A aparente trégua que vigorou na Détente permitiu aos EUA reavaliar e reordenar, de forma mais flexível, sua política externa.
A ideologia da Guerra Fria camuflou o aumento das desigualdades e das expropriações dos países do hemisfério sul em benefício aos do hemisfério norte. Qualquer manifestação contrária à espoliação praticada pelos países capitalistas era interpretada como sendo de “inspiração soviética” – do inimigo, portanto, de imediatamente reprimida. As desigualdades socioeconômicas aumentaram progressivamente, quer se comparando os países ricos em relação aos países pobres, quer se comparando a distribuição interna de renda nos países isoladamente. O processo de concentração de riquezas ampliou-se, revelando a face perversa do capitalismo e a incompetência do socialismo real.

Período de transição
A URSS, com um parque industrial obsoleto e graves dificuldades de abastecimento, evoluiu gradativamente para um estado de deterioração geral.
Questões políticas, econômicas e ambientais decretaram o fim da URSS.
Durante o governo de Mikhail Gorbatchov (1985-1991), tentou-se superar o anacronismo e a obsolescência. Gastos militares e ajuda econômica a países aliados foram cortados, e as tensões com o Ocidente, minimizadas. Gorbatchov não se opôs à reunificação da Alemanha após a queda do Muro de Berlim, tampouco às iniciativas liberalizantes em países satélites do Leste Europeu, tendo sido laureado com o Prêmio Nobel da Paz de 1990.

Fim da URSS
Gorbatchov tentou desfazer o monopólio burocrático do Partido Comunista e modernizar a economia (perestroika), bem como renovar as instituições políticas e instaurar um regime pluripartidário e transparente (glasnost). Com a forte resistência dos setores conservadores, a crise interna recrudesceu e a URSS desintegrou-se em 1991, sendo substituída pela CEI.
Os EUA recuperaram-se econômica e financeiramente, retomando espaços perdidos e, com a desintegração da União Soviética, assumindo a posição de única potência hegemônica em escala mundial.
O período pós-Guerra Fria (o atual) dá seguimento ao aperfeiçoamento e ao redimensionamento dos países capitalistas industriais em crise, que buscam solucioná-la através de políticas econômicas de cunho liberal.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Excursão a Ilha de Cotijuba com alunos do Ruth Rosita

Aula de campo: história de ocupação da ilha, economia, vegetação, Turismo e degradação ambiental e produção do espaço geográfico da Ilha.

Excursão Pedagógica a Ilha do Marajó com alunos do CSP 2009

Foi uma experiência única para professores e alunos que participaram deste projeto que aliou o conhecimento teórico e pratico in loco, parabéns a todos que participaram deste projeto.