sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Impactos ambientais para alunos da 8ª série
Com o passar do tempo, alguns grupos humanos descobriram como cultivar alimento e como criar animais. Com a revolução agrícola, há aproximadamente 10.000 a.C, o impacto sobre a natureza começou a aumentar gradativamente, devido a derrubada das florestas em alguns lugares para permitir a pratica da agricultura e pecuária. Além disso, a derrubada de matas proporcionava madeira para a construção de abrigos mais confortáveis e para a obtenção de lenha. A partir de então, alguns impactos sobre o meio ambiente já começaram a se fazer notar: alterações em algumas cadeias alimentares, como resultado da extinção de espécies animais e vegetais; erosão do solo, como resultado de pratica agrícolas impróprias; poluição do ar, em alguns lugares, ela queima das florestas e da lenha; poluição do solo e da água, em pontos localizados, por excesso de matéria orgânica.
Outro importante resultado da revolução agrícola foi o surgimento das primeiras cidades, há mais ou menos 4.500 anos. A população humana passou a crescer num ritmo mais rápido do que até então.
Ao longo de séculos e séculos, os avanços técnicos foram muito lentos, assim como o crescimento populacional. Desde o surgimento do homem, a população mundial demorou mais de 200 mil anos para atingir os 170 milhões de habitantes, no inicio da era cristã. Depois, precisou de “apenas” 1.700 anos para quadruplicar, atingindo os 700 milhões as vésperas da Revolução Industrial. A partir daí, passou a crescer num ritmo acelerado, atingindo quase 1,2 bilhão de pessoas por volta de 1850. Cem anos depois, em 1950, esse número já tinha dobrado novamente, atingindo aproximadamente 2,5 bilhões de seres humanos. Desde então o crescimento foi espantoso. Em 1970, já éramos mais de 3,5 bilhões e, em 1990, ultrapassamos os 5 bilhões de habitantes no planeta, hoje já estamos em 7 bilhões de pessoas.
É importante perceber que, paralelamente a espantosa aceleração do crescimento demográfica, ocorreu avanços técnicos inimagináveis para o homem antigo, que aumentaram cada vez mais capacidade de transformação da natureza.
Assim, o limiar entre o homem submisso a natureza e senhor dela é marcado, pela Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX. Os impactos ambientais passaram acrescer em ritmo acelerado, chegando a provocar desequilíbrio não mais localizado, mas em escala global.
Os ecossistemas têm incrível capacidade de regeneração e recuperação contra eventuais impactos esporádicos, descontínuos ou localizados, muitos dos quais provocados pela própria natureza, mas a agressão causada pelo homem e contínua, não dando chance nem tempo para a regeneração do meio ambiente.
O homem também é parte integrante do meio em que vive. Ele também é componente da frágil cadeia que sustenta a vida no planeta, e não o senhor absoluto da natureza, e, embora não lhe seja mais submisso, continua precisando dela para a sua sobrevivência e para a sobrevivência de milhares de espécies dos diversos ecossistemas. Daí a necessidade premente de se rediscutir o modelo de desenvolvimento, o padrão de consumo, desigual distribuição de riqueza e o padrão tecnológico existentes no mundo atual.
Principais impactos
Impacto ambiental deve ser entendido como um desequilíbrio provocado por um choque, resultante da ação do homem sobre o meio ambiente. No entanto, pode ser resultados de acidentes naturais: a explosão de vulcão pode provocar poluição atmosférica. Mas devemos dar cada vez mais atenção aos impactos causados pela ação do homem. Quando dizemos que o homem causa desequilíbrios, obviamente estamos falando do sistema produtivo construído pela humanidade ao longo de sua historia. Estamos falando do particularmente do capitalismo, mas também do quase finado socialismo.
Um impacto ocorrido em escala local, posa ter também conseqüências em escala global. Por exemplo, a devastação de florestas tropicais por queimadas para a introdução de pastagens pode provocar desequilíbrios nesse ecossistemas natural. Mas a emissão de gás carbônico como resultado da combustão das árvores vai colaborar para o aumento da concentração desse gás na atmosfera, agravando o “efeito estufa”. Assim, os impactos localizados, ao se somarem, acabam tendo um efeito também em escala global.
As florestas tropicais
Um dos principais impactos ambientais que ocorrem em um ecossistema natural é a devastação das florestas, notadamente das florestas tropicais, as mais ricas em biodiversidades. Essa devastação ocorre basicamente por fatores econômicos, tanto na Amazônia quanto nas florestas africanas e nas do Sul e Sudeste Asiático. O desmatamento ocorre principalmente como conseqüência da:
- Extração da madeira para fins comerciais;
- Instalação de projetos agropecuários;
- Implantação de projetos de mineração;
- Construção de usinas hidrelétricas;
- Propagação do fogo resultante de incêndios;
A exploração madeireira é feita clandestinamente ou, muitas vezes, com a conivência de governantes inescrupulosos e insensíveis aos graves problemas ecológicos decorrentes dela. Não levam em conta os interesses das comunidades que habitam os lugares onde são instalados, nem os interesses da nação que os abriga porque, com raras exceções, esses projetos são comandados por grandes grupos transnacionais, interessados apenas em auferir altos lucros.
Os incêndios ou queimadas de florestas, que consomem uma quantidade incalculável de biomassa todos os anos, são provocados para o desenvolvimento de atividades agropecuárias. Podem também ser resultado de uma prática criminosa difícil de cobrir ou ainda de acidentes, inclusive naturais.
A primeira conseqüência do desmatamento é a destruição da biodiversidade, como resultado da diminuição ou, muitas vezes, da extinção de espécies vegetais e animais. Muitas espécies que podem ser a chave para a cura de doenças, usadas na alimentação ou como novas matérias-primas, são totalmente desconhecidas do homem urbano-industrial e correm o risco de serem destruído antes mesmo de conhecidas e estudado. Esse patrimônio genético é bastante conhecido pelas várias nações indígenas que habitam as florestas tropicais, notadamente a Amazônia. Mas essas comunidades nativas também estão sofrendo um processo de genocídio e etnocídio que tem levado a perda de seu patrimônio cultural, dificultando, portanto, o acesso aos seus conhecimentos.
Um efeito muito sério, do desmatamento é o agravamento dos processos erosivos. Em uma floresta, as árvores servem de anteparo para as gotas de chuva, que escorrem pelos seus troncos, infiltrando-se no subsolo. Além de diminuir a velocidade de escoamento superficial, as árvores evitam o impacto direto da chuva com o solo e suas raízes ajudam a retê-lo, evitando a sua desagregação. A retirada da cobertura vegetal expõe o solo ao impacto das chuvas. As conseqüências dessa interferência humana são várias.
- Aumento do processo erosivo, o que leva a um empobrecimento dos solos, como resultado da retirada de sua camada superficial, e, muitas vezes, acaba inviabilizando a agricultura;
- Assoreamento de rios e lagos, como resultado da elevação da sedimentação, que provoca desequilíbrios nesses ecossistemas aquáticos, além de causar enchentes e, muitas vezes, trazer dificuldades para a navegação;
- A elevação das temperaturas locais e regionais, como conseqüência da maior irradiação e calor para atmosfera a partir do solo exposto. Boa parte da energia solar é absorvida pela floresta para o processo de fotossíntese e evapotranspiração, Sem a floresta, quase toda essa energia é devolvida para a atmosfera em forma de calor, elevando as temperaturas médias.
- Agravamento dos processos de desertificação
- Proliferação de pragas e doenças, como resultado de desequilíbrio nas cadeias alimentares. Algumas espécies, geralmente insetos, antes sem nenhuma nocividade, passam a proliferar exponencialmente com a eliminação de seus predadores, causando graves prejuízos, principalmente para agricultura.
Além desses impactos locais e regionais da devastação das florestas, há também a queima das florestas que tem colaborado para aumentar a concentração de gás carbônico na atmosfera. É importante lembrar que esse gás é um dos principais responsáveis pelo efeito estufa.
Impactos ambientais em ecossistema agrícolas
Como resultado da modernização do campo e da introdução de novas técnicas agrícolas, a produção de alimentos aumentou significativamente. Contudo, apesar dos espantosos avanços tecnológicos, a fome ainda ronda milhões de pessoas em países subdesenvolvidos, principalmente na África. Além disso, como resultado da revolução agrícola, enfrenta-se, atualmente, uma série de desequilíbrios no meio ambiente.
Poluição com agrotóxicos
O plantio de uma única espécie em grandes extensões de terra tem causado desequilíbrio nas cadeias alimentares preexistentes, favorecendo a proliferação de vários insetos, que se tornaram verdadeiras pragas com o desaparecimento de seus predadores naturais. Por outro lado, a maciça utilização de agrotóxicos, na tentativa de controlar tais insetos, tem levado a proliferação de linhagens resistentes, forçando a aplicação de pesticidas cada vez mais potentes. Isso, além de causar doenças nas pessoas que manipulam e aplicam esses venenos e naqueles que consomem os alimentos contaminados, tem agravado a poluição dos solos.
Erosão
Outro impacto sério causado pela agricultura é a erosão do solo. A perda de milhares de toneladas de solo agricultável todos os anos, em conseqüência da erosão, é um dos mais graves problemas enfrentados pela economia agrícola. O processo de formação de novos solos, como resultado do intemperismo das rochas, é extremamente lento, daí a gravidade do problema.
O combate a erosão
- Terraceamento: consiste em fazer cortes formando degraus nas encostas das montanhas, o que dificulta ao quebrar a velocidade de escoamento da água, o processo erosivo. Essa técnica é muito comum em países asiáticos, como a China, o Japão, a Tailândia.
- Curvas de nível: esta técnica consiste em arar o solo e depois e fazer semeadura seguindo as cotas altimétricas do terreno. Pra reduzi-la ainda mais, é comum a construção de obstáculos no terreno, espécies de canaletas, com terra retirada dos próprios sulcos resultantes da aração. O cultivo seguindo as curvas de nível é feito em terrenos com baixo declive, propício a mecanização.
- Associação de culturas: em que deixam boa parte do solo exposto a erosão é comum plantar entre uma fileira e outra, espécies leguminosas que recobrem bem o terreno. Essa técnica, alem de evitar a erosão, garante o equilíbrio orgânico do solo.
EXERCICIO
1) Quais as causas do desmatamento?
2) Quais as causas das queimadas?
3) Quais as consequencias do desmatamento?
4) O que é assoreamento?
5) Como ocorre a Erosão?
6) Como combater a erosão?
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Na década de 80 ocorreu o esgotamento do modelo do “Estado do bem-estar social” dos países centrais, que tinham adotado o keynesianismo, daí iniciou-se a política neoliberal nos EUA e no Reino Unido e em outros países da América Latina. O neoliberalismo coincide com a globalização adotando o livre-cambismo, que facilita o intercâmbio comercial entre os países.
Ao ideal de “progresso” no início do século e ao de “desenvolvimento” no pós-guerra, criou-se a partir da década de 80 a meta empresarial da “competitividade” = maior produtividade (aprimoramento tecnológico e menores custos de mão-de-obra pela terceirização; matérias-primas e energia) e lucratividade (oferecer ao mercado produtos bons e baratos, gerando-se lucros maiores por menores custos). Para isto é mister altos investimentos em pesquisa C & T, cuja reprodução de capital mais rápida exige a mundialização do mercado.
Avanço tecnológico nos transportes e comércio diminuiu a relação custo-tempo e permitiu às empresas uma estratégia global de produção (decomposição do processo de produção e dispersão das suas etapas em escala mundial, através de rede e em busca de menores custos).
Mundialização do espaço geográfico da produção, da circulação e consumo e o das idéias. Neste as agências internacionais de notícias e de informação (como a AP, Reuters), a Internet e a TV a cabo difundem valores e padrões de comportamento como o consumismo, os modismos e o utilitarismo.
A globalização não significa homogeneização do espaço mundial pois há movimentos de resistência contra ela, criados por grupos excluídos ou de preservação de valores morais e de costumes como os nacionalistas e fundamentalistas religiosos, estes últimos pretendendo o retorno a verdades e dogmas fundamentais de suas crenças. Na realidade, pois, surge uma hibridização ou mistura das condições histórico-culturais do local e do mundo, cultural e economicamente. As razões desta situação são a exclusão social e a maior concentração de renda dentro dos países e a nível internacional.
Além disso, a globalização não corresponde à uma integração social, visto que aumenta a concentração de renda tanto nos países ricos (como nos EUA) como nos países pobres.
Fábrica global ou economia de rede: etapas do processo produtivo é internacionalizado em busca de maior lucratividade, concentrando-se, porém, o processo de pesquisa científica e mercadológica nos países centrais, sedes das empresas.
A aldeia global representa a comunidade internacional integrada pela comunicação e informação em face da mídia eletrônica (rádio e televisão) e telemática (uso conjunto do computador e meios de comunicação como a Internet e via satélite).
A Economia-mundo é executada pelas transnacionais e bancos internacionais, superando fronteiras, controlando 1/3 do comércio internacional, estabelecendo alianças e fusões com outras empresas, planejando e decidindo atividades conforme as determinações de suas sedes nos países centrais, através da telemática, sobre suas subsidiárias. As 100 maiores transnacionais são japonesas, americanas e européias; faturam cerca de 5 bilhões de dólares anualmente e possuem 50% de suas subsidiárias nos países subdesenvolvidos.
A interdependência por competitividade é o que caracteriza a economia globalizada, em que países não têm controle absoluto de sua soberania política e econômica em face do poder do capital, especialmente do especulativo (como ocorreu com a crise asiática a partir de outubro/97).
Denominam-se países emergentes os que tentam se adequar aos padrões da economia global. O Brasil, porém, não pode ser considerado um país emergente, visto que seus índices sociais de escolaridade e de condições médico-sanitárias são deficientes (espelhados em uma taxa de mortalidade infantil e expectativa de vida), sua renda nacional é concentrada e os governos não administram os seus gastos, aumentando os déficits públicos.
Na situação atual apenas os “tigres asiáticos” podem ser considerados emergentes pela sua cultura compatível com o desenvolvimento capitalista, pela administração racional dos seus recursos humanos e econômicos, pelos estímulos às empresas nacionais a fim de ganharem competitividade no mercado internacional e pela mão-de-obra altamente especializada e barata.
C) Regionalização: uma fase da globalização.
Representa conjunção de interesses entre os agentes de globalização (eliminação de fronteiras nacionais e entraves à livre circulação de capitais, mercadorias e serviços) e os Estados (defesa da soberania e nacionalidade) para fazer frente à competitividade internacional.
Acordos de regionalização facilitam reprodução ampliada do capital pelo lucro, pois aumenta o mercado, facilita o comércio e se estabelecem taxas aduaneiras comuns; além disso, incrementam a interdependência por competitividade em escala global, através de alianças e fusões dos conglomerados industriais e financeiros que se formam a nível regional.
85% do comércio internacional é feito pelas alianças destes conglomerados cujas sedes estão na UE, no NAFTA (EUA e Canadá), APEC (que engloba a ASEAN no SE Asiático) e o MERCOSUL.
Etapas da integração (vide texto B- Idade Contemporânea, sub-ítem g, à página 2). A quarta fase, ou seja, a união monetária, corresponde a zona de livre comércio +união alfandegária +mercado comum + coordenação da política econômica com a criação de um Banco Central para todos os países membros. A quinta e última fase assume as fases anteriores, acrescendo a unificação da políticas de relações internacionais, defesa e segurança.
D) Os pólos de poder na economia globalizada: UE, NAFTA e APEC.
a) União Européia – Processo de formação: CECA (fundada em 195l, associando-se o Benelux, Alemanha e França, abafando os nacionalismos e rivalidade franco-germânica pois reuniu áreas siderúrgicas alemãs - Sarre e Ruhr - com as francesas da Alsácia e Lorena). 1957: Tratado de Roma- MCE ou CEE, formando a Europa dos Seis (o mesmo número da CECA), dos Nove (em 1973, incluindo Irlanda, Reino Unido e Dinamarca), dos Dez (198l: Grécia), dos Doze (1986: Espanha e Portugal). Hoje existe a União Européia.
Em 1992, pelo Tratado de Maastrich, criou-se a UE com objetivos de integrar a AELC (mercado comum da Europa Setentrional); de criar o euro- moeda única a partir de 1999; de instituir um Parlamento Europeu e de integrar o Quadrilátero de Visegrád (Hungria, Polônia, Rep. Tcheca e Eslovaca) e os países da Europa Oriental, ora em transição do socialismo para o capitalismo. Ao se juntarem a UE com a AELC forma-se o Espaço Econômico Europeu (EEE) chamado pelos EUA de “fortaleza européia” ou “Estados Unidos da Europa” em face de atingirem todas as etapas de integração.
A partir de 1/5/99 o Tratado de Amsterdam começou a vigorar, regulamentando temas referentes à justiça e ao direito na UE, após 19 meses de referendos populares e ratificações de parlamentos de vários países europeus. É mais um reforço no processo de integração européia: em 1993 caíram as últimas taxas alfandegárias, em janeiro de 1999 iniciou-se a união monetária com o euro. Esse tratado determina “o estabelecimento progressivo de uma área de liberdade, segurança e justiça” dentro da UE.
b) NAFTA: aliança desigual - necessidade de concorrer com o bloco europeu. Ainda é uma zona de livre comércio. Problemas: sindicalistas americanos são contra, crise da Bolsa do México em 1995, disparidades de padrão de vida entre os participantes. Indústrias maquiadoras norte-americanas atravessam a fronteira do México em busca de facilidades e de maiores lucros, além de atenderem à expectativa dos EUA de diminuição dos fluxos ilegais de mexicanos (chicanos).
Até 2005 os EUA estão pretendendo organizar a ALCA, representaria um desastre para a América Latina, em especial para Mercosul, pois as disparidades econômicas e sociais são grandes. Exemplos: a escolaridade dos trabalhadores brasileiros é de 6,5 anos, enquanto nos EUA é de 14;os custos de transportes aqui são o dobro do americano em face da carência de infra-estrutura de hidrovias, ferrovias e portos; a geração de energia na América do Sul era de 120 gigawats, 8 vezes menor que a da América do Norte. Se a ALCA fosse constituída hoje as empresas americanas dotadas de mais capital e tecnologia eliminariam as latino-americanas , aumentando o desemprego e sua dependência.
c) Bloco Asiático - Seqüência do processo: 1950- início da recuperação japonesa; a partir de 1960- expansão japonesa para a Ásia (especialmente os “tigres”, que se tornam plataformas de exportação de automóveis, computadores e produtos eletro-eletrônicos); 1967: formação da ASEAN (Brunei, Vietnã, Cingapura e novos tigres- Filipinas, Tailândia, Malásia e Indonésia), transformada em zona de livre comércio em 1992.
Em 1989, criou-se APEC que incluiu a ASEAN, os países do NAFTA, o Chile, Austrália, Nova Zelândia, Papua-Nova Guiné. É uma zona de livre comércio, onde se defrontam interesses japoneses e americanos. Na Tailândia e Indonésia iniciou-se a crise asiática. Segundo Robert Kurz (na FSP de 2/11/97) o “século do Pacífico” esgotou-se com esta crise (a partir de outubro de 97) , cujas raízes estão no próprio modelo de desenvolvimento japonês (superávits no comércio exterior c/ EUA) e na presença maciça de capitais especulativos na região.
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
SUBDESENVOLVIMENTO
Resumo: neste tutorial mostraremos porque alguns países começaram a ser chamados de países subdesenvolvidos. E como hoje é feita a divisão internacional do trabalho entre esses países e os desenvolvidos.
Países em desenvolvimento
Guerras e guerrilhas de libertação nacional varreram a África e a Ásia na década de 40 a 60. Surgiram como conseqüência, muitos Estados Novos. O mundo passou a enxergar a desigualdade que existe entre os Estados.
A ONU (Organização das Nações Unidas) faz estatísticas e avaliações que demonstram que a maioria das pessoas que faziam parte das ex-colônias tem em padrão de vida inferior ao que é considerado digno, e que a economia de seus países é bem inferior do que a de suas ex-metrópoles. Esses novos Estados asiáticos e africanos, e também latino-americanos, independentes desde o século XIX, tem graves problemas na economia, na estrutura social e política. Continuam essencialmente exportadores de matérias-primas e alimentos a preços baixos. Portanto, esses países tem uma economia frágil. Existe uma grande desigualdade social nesses países. Com isso a maioria da população vive em péssimas condições, pode ser visto facilmente se compararmos com países desenvolvidos.
A essa situação real, os especialistas chamam de subdesenvolvimento, que inclui quatro quintos da população mundial. Alguns acham mais correto dizer países não-desenvolvidos.
Essa classificação, países subdesenvolvidos, divide cerca de duzentos países em dois grupos. Essa classificação passa uma idéia de que o subdesenvolvimento é um estágio para o desenvolvimento. O subdesenvolvimento e desenvolvimento são realidades resultantes do processo do capitalismo. Com a exploração colonialista e imperialista houve uma transferência de riquezas das colônias para as metrópoles. Ou seja, hoje os países desenvolvidos eram as os que exploravam e recebiam riquezas das colônias no passado. O capitalismo da mesma forma que gerou desigualdades dentro de cada país, gerou desigualdades entre os países. Com isso podemos dizer que para haver uma inversão nisso tudo, ou seja, os países que hoje são classificados como subdesenvolvidos serem desenvolvidos, deveríamos voltar o tempo e fazer tudo ao contrário. Mas acabaria dando no mesmo, pois para um país crescer ele deve explorar outro.
Ainda é possível que um outro país subdesenvolvido consiga se desenvolver. Coréia do Sul e Cingapura são um exemplo disso. Daí muitas é preferível a denominação não-desenvolvidos, que nos transmite melhor a idéia de que são países que não estão indo para o desenvolvimento.
O mundo todo desenvolvido não é só impossível por razões econômicas, mas também por fatores ambientais. Simplesmente podemos dizer que, do ponto de vista ecológico, o padrão de desenvolvimento que há nos países ditos desenvolvidos é insustentável.
Alguns países porem, como o Brasil e a Índia, são em vários aspectos (produção industrial, disponibilidade de recursos naturais, potencial de mercado interno, como exemplo) mais ricos que alguns países ditos desenvolvidos.
Os países do Golfo Pérsico que são produtores de petróleo, possuem rendas per capita que estão entre as mais altas do mundo. Entretanto, a sua riqueza está concentrada na minoria da população, por isso não podem ser considerados países desenvolvidos. O Brasil, que também possui uma renda média alta, possui uma das piores distribuições do mundo, por isso é considerado um país subdesenvolvido.
Sendo assim, para se analisar o índice de desenvolvimento de um país e a qualidade de vida da população é necessário além dos indicadores econômicas, os indicadores sociais (expectativa de vida, analfabetismo, etc.) e os indicadores políticos. A ONU tem levantado o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de quase todos os países, tendo um relatório mais preciso da qualidade de vida das populações.
Este gráfico mostra claramente a situação do mundo.
Não se deve falar apenas do antagonismo entre os países ricos e pobres, mas também dos problemas internos de cada país, que contribui em muito para os países subdesenvolvidos continuarem como estão.
Nos países subdesenvolvidos, o Estado deixa de fazer muitas de suas atribuições básicas para satisfazer os desejos da classe social ou grupo étnico dominante.
Nos países desenvolvidos é comum a ajuda do Estado, com incentivo fiscais, concessão de subsídios aos mais diversos grupos econômicos ligados ao poder. Essa situação foi mais para gerar lucros a setores de empresariados nacionais, até mesmo multinacional, do que para gerar crescimento econômico. Essas medidas são prejudiciais pois prejudicam o mercado consumidor, que paga mais caro por produtos e serviços que nem sempre são de boa qualidade.
Um exemplo é o da industria automobilística. Empresas estrangeiras, que estão protegidas por altas tarifas de importação, venderam ao Brasil, durante muitos anos, automóveis de qualidade inferior e bem mais caros, do que os carros produzidos pelas mesmas empresas nos Estados Unidos e Europa.
O desvio das funções do Estado, junto com a impunidade e o desrespeito ao povo acabam gerando, nos países subdesenvolvidos, outro problema: a corrupção. Embora também exista nos países mais ricos, é mais forte e atuante nos países em desenvolvimento, um problema que consome muitos recursos que poderiam ser usados para combater as crises sociais.
A dívida externa é outro problema que aflige esses países. Na maioria dos casos as dívidas foram contraídas por regimes ditatoriais. O dinheiro. Quando não foi usado para enriquecer membros do governo, que possuem contas em outros países, foi utilizado para realizar obras caras e duvidosas. Porém no momento de se pagar o juros dessa dívida, cara recai sobre toda a sociedade. As camadas mais pobres são as que mais sofrem com essa carga, pois quase em nada se beneficiam dos empréstimos.
Assim, só culpar as históricas dominações estrangeiras não esclarece muito a situação em que a maioria da população vive nos países subdesenvolvidos. Não podemos esquecer, do choque de interesses que existe em cada país, e os conflitos entre as classes.
Os indivíduos que tem o poder nos países subdesenvolvidos, formando as elites nacionais, fingem não ver a situação do país e se beneficiam dela. Geralmente a parte da burguesia local que controla os setores mais dinâmicas da economia, está associada aos grupos transnacionais.
Um outro problema bem sério, são os conflitos étnicos e religiosos, que prejudicam ainda mais a economia e agravam a pobreza e fome. É comum gastar muito dinheiro na compra de armas para os conflitos, enquanto milhares de pessoas passam necessidade.
Pode-se concluir que o problema do subdesenvolvimento é um fenômeno complexo, criado por causas externas e internas aos países, sendo difícil se dar uma explicação simples.
Divisão Internacional do Trabalho
Após a Segunda Guerra Mundial, a economia mundial voltou a crescer num ritmo mais acelerado do que antes. Dentro dessa nova paisagem de prosperidade surgiram as empresas chamadas de multinacionais ou transnacionais. Elas assumiram grandes proporções, formaram conglomerados que se espalharam pelo mundo, até em países subdesenvolvidos e recém-independentes, como a África do Sul. Essas empresas passaram a atuar no final do século XIX e meados do século XX.
Mas porque essas empresas atuam fora dos limites de seus países de origem?
Porque querem melhores negócios, maior renda para o capital, maior lucratividade. Isso é que explica o fato de alguns países terem se industrializado nesse período.
Os países subdesenvolvidos permitem boa lucratividade a essas empresas devido a fatores como:
» Mão-de-obra abundante e barata;
» Fontes de matéria-prima e energia estão disponíveis a baixo custo;
» Mercado interno em crescimento;
» Facilidades de exportação e remessa de lucros para as sedes no exterior;
» Incentivo fiscais e subsídios governamentais;
» Ausência de legislação de proteção ao meio ambiente, ou facilidade em busca-la.
Esses fatores contribuem muito para a alocação de investimento no exterior.
Essas vantagens não são encontradas em todos os países e nem todas juntas no mesmo país.
Assim nem todos os países se industrializam. Muitos deles começaram a ser exportadores de produtos industrializados aos poucos deixaram de serem apenas exportadores de matéria-prima. Mas, pelo menos no momento, não é possível classifica-los como países desenvolvidos. Estão incluídos numa nova divisão internacional de trabalho (DIT).
No capitalismo financeiro a DIT funciona da seguinte forma:
A industrialização que ocorreu nesses países, foi dependente de capitais e tecnologias do exterior. É um processo de industrialização desigual as dos países desenvolvidos, sendo esse processo comandado por interesse externo.
Pode-se dizer que o processo é desigual ao país desenvolvidos, porque os tipos de industria e tecnologia empregada é inferior aos da matriz. Nos países subdesenvolvidos tendem-se a se instalar industrias poluidoras, que consomem grandes quantidades de matéria-prima e energia, e que necessitam de muita mão-de-obra. Isso faz com que ocorra uma mudança na organização industrial do mundo. Nos países desenvolvidos ficam industrias não-poluentes, de alta tecnologia, e nos países subdesenvolvidos industrializados, as industrias que tem um patamar tecnológico inferior.
Esse modelo de industrialização é complementar porque garante o acúmulo de capitais no mundo desenvolvido.
NICs (Newry Industrialized Countries) são os países que se industrializaram seguindo este modelo, países recentemente industrializados. Como exemplo, alguns países que fazem parte deste grupo: Brasil, Argentina, México, China, África do Sul. Também os chamados tigres asiáticos: Coréia do Sul, Taiwan, Hong Kong, Cingapura, Malásia, Tailândia e Indonésia.
A Coréia do Sul, em 1996, ingressou na Organização de Cooperação e Desenvolvimento econômico. O país mesmo tendo sofrido com a crise que atingiu a Ásia em 1997, continua crescendo, graças ao investimento em educação, pesquisa e desenvolvimento, e de um grande esforço do Estado, junto das empresas e sociedade para romper o atraso e a dependência tecnológica. O exemplo sul-coreano, no entanto, é uma exceção e não uma regra.
Exercício
Responda:
1) Descreva situação dos novos Estados asiáticos, africanos e latino-americanos.
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2) A classificação subdesenvolvimento passa que idéia?
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3) Por que alguns especialistas preferem o termo país não-desenvolvido?
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4) O fato de um país ter uma alta renda per capita, pode classifica-lo como país desenvolvido? Por que?
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5) O que é preciso para se analisar o índice de desenvolvimento de um país?
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6) Por que muitas empresas preferem atuar em países subdesenvolvidos?
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